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Produção de energia solar na região de Rio Preto cresce 483% em 2 anos

A capacidade de geração de energia elétrica a partir da luz do sol cresceu 483% últimos dois anos na região de Rio Preto, passando de 25.597,69 kilowatts (kW) para 149.380,47 kW. Os dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), relativos a 117 municípios da região Noroeste Paulista. Essa potência instalada tem capacidade de gerar, aproximadamente, 22.025 Megawatts/hora (MWh) mês. “Essa quantidade é suficiente para abastecer 73,5 mil residências que possuem um consumo médio de 300kWh/mês”, afirma o engenheiro eletricista Michel Arcaro, da Lumenson Engenharia Elétrica.

No mesmo período, o número de unidades geradoras de energia elétrica por sistemas de energia solar cresceu mais de cinco vezes. A quantidade de casas, comércios, indústrias e propriedades rurais que usam a tecnologia passou de 3.335 em setembro de 2019 para 17.625 em setembro deste ano. O número representa um aumento de 428% no volume de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede na região.

Com 2.972 unidades geradoras de energia fotovoltaica que possuem a capacidade de produzir até 21.134,81 (kW), Rio Preto é o município que mais produz energia solar para uso próprio na região. Há cinco anos, a cidade possuía apenas 50 unidades que usavam a radiação solar e que tinham capacidade de produzir até 113,89 (kW). Apenas em 2021, a Aneel registrou a instalação de 1.396 unidades geradoras de energia na cidade, número que já representa um aumento de 60% em relação ao número de equipamentos instalados no ano passado inteiro (870). Em setembro de 2019, eram 584 unidades geradoras de energia fotovoltaica.

A energia solar é uma energia limpa e renovável, que não agride o meio ambiente. Mas, apesar dos benefícios que proporciona para o planeta é o benefício no bolso é que tem atraído cada vez mais interessados, afirma Flávio Rodrigues, engenheiro eletricista da Lumenson. “O que mais motiva essa busca é a facilidade em gerar sua própria energia e a possibilidade de gerar economia de até 95% na conta de luz, com um sistema que se paga em até cinco anos”, diz.

Rodrigues também argumenta que o aumento no preço da energia elétrica, provocado pela crise hídrica, incentivou a busca por fontes alternativas. “As hidrelétricas são responsáveis por pelo menos 60% da nossa geração de energia, enquanto que a solar representa menos de 2%. Ao analisar esses dados e levando em consideração a crise hídrica que atravessamos, entendemos que não podemos mais depender dos nossos recursos hídricos. Isso é o que explica a forte procura por fontes de geração totalmente sustentáveis”.

Em 2021, a escassez de chuvas diminuiu o nível das hidrelétricas e prejudicou a produção de energia. Como forma de manter o volume de produção, o governo precisou acionar as termelétricas que encareceram a produção. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa alta é 28,8% no acumulado dos últimos 12 meses.

“A energia solar tem ajudado a baratear a conta de luz de todos os brasileiros com a redução do uso de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes e responsáveis pelas bandeiras tarifárias que encarecem a conta de luz”, afirma Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Brasil já produz 7 GW de energia
No mês de outubro, a produção de energia solar no Brasil atingiu a marca de 7 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias e produtores rurais. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), esse volume equivale à metade de toda a capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu.

De acordo com a entidade, o País possui atualmente mais de 611 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede. Desde 2021, foram mais de R$ 35,6 bilhões em novos investimentos, que geraram mais 210 mil empregos acumulados no período, espalhados ao redor de todas as regiões do Brasil.

Apesar do crescimento exponencial, o número é considerado levando em consideração que o Brasil é detentor de uma dos melhores recursos solares do planeta. Dos mais de 88 milhões de consumidores de energia elétrica do País, apenas 0,8% já faz uso do sol para produzir eletricidade, limpa, renovável e competitiva.

Para a entidade, a expectativa é de que novas políticas públicas que estão em tramitação na Câmara e no Senado facilitem o acesso à tecnologia.

“A energia solar terá função cada vez mais estratégica para o atingimento das metas de desenvolvimento econômico e ambiental do País, sobretudo neste momento, para ajudar na recuperação da economia após a pandemia, já que se trata da fonte renovável que mais gera empregos no mundo”, afirma Rodrigo Sauaia,CEO da Absolar. (FN)

 

Fonte: Diário da Região